O Nucleo Sul do GDCF tem-nos habituado a iniciativas de óptimo nível e, desta feita, o encontro na “Princesa do Alentejo” e a subida do Rio Mira, prometia mais um programa interessante.
A Princesa do Alentejo mantém as belezas naturais de sempre, ainda que agora seja apenas a terra das duas mentiras,...não é nova e nunca terá as mil fontes! Na verdade, já é Vila, e o seu histórico, após a reconquista cristã, data de meados do século XIII. É de facto antiga,...mas ainda sem tantas fontes!
O seu ex-libris, o estuário do Mira, a pequena distância entre as suas margens e o caudal sereno, possibilitam uma visão unica entre o casario a Norte e a vegetação e o areal a Sul. Deslumbrante como sempre!
Subir esse rio é desfrutar da sua suave ondulação, que nos permite explorar os diferentes habitats, desde a Praia ds Furnas até ao sapal, onde bandos de pássaros nos saúdam com o seu esvoaçar e nos permitem sonhar com paisagens distantes e menos exploradas...
Neste percurso, apreciámos igualmente o “Moinho da Asneira”, um dos antigo moinhos de maré que funcionava sob as alterações cíclicas das aguas. A história do rio ali a dois passos...!
Este grupo de “exploradores do Mira” distribuiu-se por tres embarcações. Calhou-nos. felizmente, digo eu, a mais frágil e a que melhor expressava o rio e o seu historial, que nos permitiu sentir o seu pulsar,...a sua ondulação,...e observar de perto a espuma das suas pequenas vagas, qual saudação aos visitantes que vivenciavam o rio e a sua corrente, O Mira replicava com ondulação branca e prateada, agradecendo com deferência a visita!
A embarcação era pequena, tipica como devia, e sempre gerida pelo Mário, homem novo mas moldado desde sempre às experiencias do rio, de sorriso fácil, disponível, e que seduz quem visita o seu Mira, um rio de sentimentos, que lhe eleva o orgulho e que complementa Milfontes e o Alentejo!
Ha passeios que não esquecemos, seja pela paisagem, seja pela companhia, e que sempre ficarão no nosso imaginário. Acompanhar-nos-ão ao longo do tempo. Este foi um deles, selado no final por um almoço na Azenha do Mar, na fronteira entre o Alentejo e o Algarve e que fez jus ao mar que nos espreitava a dois passos.
Para finalizar, um agradecimento ao Nucleo Sul do GDCF, muito especialmente ao seu Presidente e à Paula,...o exemplo perfeito da simpatia, afectividade e organização! Obrigado por estes momentos e por nos permitirem partilhá-los.
...no fim do dia e ao fechar os olhos,...ainda sentíamos a ondulação do rio, ritmada e ornada com fios de prata a vogarem suavemente,...e no coração, um sentimento de gratidão pelo passeio, pela companhia e... expectante já pela proxima iniciativa!
Bem hajam!
Texto de Manuel Faber
Veja aqui mais fotografias desta iniciativa.